Como a IA e o acesso à informação podem promover um futuro mais sustentável
Brasileiros nunca pesquisaram tanto no Google sobre “calor” e “tempestades” do que em 2023, segundo dados do Google Trends, incluindo perguntas como “Quando acaba a onda de calor?", “Por que está fazendo tanto calor?” e "O que causa uma tempestade?". Eventos climáticos extremos – como ondas de calor prolongadas, secas e enchentes – estão em nível recorde no Brasil e se tornando frequentes em mais lugares, em boa parte como efeitos da crise climática que vivemos.
No Google, acreditamos na cooperação e no poder da tecnologia para enfrentar qualquer desafio, mas em especial o aquecimento global, um dos maiores desafios do nosso tempo. Acreditamos que podemos contribuir de maneira única quando se trata de meio ambiente, práticas de sustentabilidade e do combate às mudanças climáticas. Em primeiro lugar, por meio da nossa capacidade de organizar a informação e torná-la acessível e útil e, em segundo, por conta dos avanços em inteligência artificial, que é a tecnologia mais importante em que estamos trabalhando hoje.
Durante nosso evento Sustentabilidade com o Google - Cidades, em São Paulo, compartilhamos uma atualização sobre nossos esforços para construir tecnologia que possa apoiar pessoas, comunidades, empresas, governos e organizações da sociedade civil :a tomar decisões para promover um futuro mais sustentável. A seguir, detalhamos como estamos apoiando esses parceiros para acelerar essas soluções em grande escala.
Reduzindo as emissões no trânsito usando IA
O transporte rodoviário é hoje responsável por uma quantidade significativa de emissões globais e urbanas de CO2. Isso é especialmente problemático nos cruzamentos das cidades, onde a poluição pode ser 29 vezes maior do que nas estradas (mais informações aqui). Cerca de metade das emissões nos cruzamentos vem de situações de pára-e-arranca no trânsito. Descobrimos que a IA pode reduzir essas emissões otimizando os semáforos das cidades.
O Green Light, uma iniciativa do Google Research, usa IA e tendências de tráfego do Google Maps para fazer recomendações para otimizar os semáforos das cidades. Ao coordenar vários cruzamentos adjacentes para criar ondas de sinais verdes, as cidades podem melhorar o fluxo dos veículos e reduzir ainda mais as emissões de CO2.
Nossas recomendações baseadas em IA funcionam com a infraestrutura existente nas cidades, para que engenheiros municipais possam monitorar o impacto e ver os resultados em poucas semanas. Estamos animados em compartilhar que números iniciais indicam um potencial de reduzir as paradas dos veículos em até 30%, e as emissões nos cruzamentos em até 10%. Onde o Green Light já está ativo, isso pode economizar combustível e reduzir as emissões em até 30 milhões de viagens de carro por mês.
A iniciativa já está presente em 70 cruzamentos em 12 cidades distribuídas por quatro continentes. Entre elas, está o Rio de Janeiro, a primeira cidade na América Latina a participar do Green Light. Em parceria com a CET-Rio, a iniciativa começou com resultados promissores e impactou importantes cruzamentos na cidade, como os entre as ruas Embaixador Carlos Taylor, Rua Marquês de São Vicente e Rua Vice-Governador Rúbens Berardo, localizadas no Bairro Gávea. Ou ainda entre a Avenida Amaro Cavalcanti e a Rua Adolfo Bergamini, em Engenho de Dentro.
A próxima cidade a participar da iniciativa é Campinas, no interior de São Paulo, que deve começar a implementar o Green Light em 2024.
Green Light já está ativo e ajudando a reduzir as emissões em cruzamentos em 12 cidades
Suporte às cidades em seus planos para reduzir CO2
Quando combinamos informações com o poder da IA, podemos ajudar a transformar a forma como tomamos decisões sobre sustentabilidade. Mas sem os dados corretos, pode ser difícil saber por onde começar. Na vanguarda dos nossos esforços, desenvolvemos o Environmental Insights Explorer (EIE), uma ferramenta on-line gratuita para autoridades municipais e organizações que torna mais fácil para as cidades medir, planejar e reduzir as emissões gerais de carbono e a poluição.
Imagem da página do Environmental Insights Explorer
Com a EIE, mais de 40 mil cidades podem hoje obter informações sobre o seu impacto ambiental, que incluem dados sobre emissões de edifícios e construções e também na área de transportes. Esses dados ajudam as cidades a identificar oportunidades de redução das emissões de CO2, incluindo a implementação de fontes de energia renováveis e mais limpas, melhorias na infraestrutura para incentivar outros modais de transporte com baixas emissões e construções com maior eficiência energética.
Hoje, anunciamos uma importante parceria com o Centro de Operações do Rio, COR Rio, para ajudar as autoridades da cidade do Rio de Janeiro a criar um plano para os próximos anos, usando o EIE e identificando oportunidades concretas de redução das emissões de CO2.
Informações úteis durante tragédias climáticas
Os avanços que estamos fazendo em IA oferecem às comunidades e às pessoas a possibilidade de ficarem bem informadas em momentos ambientais críticos. Até novembro de 2023, foram enviados mais de 250 alertas foram disponibilizados na Busca e no Maps, impactando mais de 9 milhões de pessoas no Brasil. O Alerta de Previsão de Inundações, desenvolvido em parceria com o Serviço Geológico do Brasil (SGB), é parte dos nossos esforços para fornecer alertas detalhados sobre o nível das águas dos rios e previsões de cheias.
Para manter a população segura e informada também em situações de ondas de calor excessivo, como a que o país está enfrentando em 2023, passamos a emitir recentemente alertas para diversas regiões afetadas para a apoiar os brasileiros nesses momentos com informações úteis.
A partir de agora, quando as pessoas também procuram na Busca por informações sobre o clima em alguma cidade afetada, podem ver detalhes sobre a situação de calor excessivo, temperaturas esperadas e dicas para se proteger. Para disponibilizar esses dados, estamos trabalhando em parceria com a Global Heat Health Information Network, além de mostrar dados de outras entidades locais.
Contribuindo para escolhas no dia a dia
Por meio dos nossos produtos, queremos ajudar as pessoas, as cidades e outros parceiros a reduzir globalmente 1 gigatonelada de emissões equivalentes de carbono anualmente até 2030. Isso é equivalente às emissões anuais de um país como o Japão.
Também estamos comprometidos em auxiliar as pessoas a adotarem escolhas mais sustentáveis em suas rotinas diárias. No Google Maps, por exemplo, os proprietários de veículos elétricos podem encontrar onde estão as estações de carregamento mais próximas. Recentemente, em parceria com a EZVolt, startup que desenvolve produtos para recarga de veículos elétricos, adicionamos uma nova experiência em 300 desses pontos, no Rio de Janeiro e São Paulo, que permite checar se um ponto de recarga está funcionando, ativo e disponível em tempo real.
Adicionalmente, o Google Voos permite que os usuários vejam as emissões de CO2 de cada companhia aérea, possibilitando uma opção de voo mais sustentável. Os dados fornecidos pelas companhias aéreas para calcular as emissões de gases incluem informações sobre o tamanho da aeronave, o tipo do motor e a distância do voo.
Também desenvolvemos um sistema de certificação de sustentabilidade para a rede hoteleira, oferecendo às pessoas informações de hospedagem que tenham menos impacto ambiental.
Conectando marcas à uma jornada sustentável
Cada vez mais, os brasileiros esperam que as empresas se posicionem de forma mais clara em relação às suas práticas sustentáveis e cuidado com o meio ambiente. Um levantamento encomendado pelo Google à MindMiners mostrou que 83% dos brasileiros querem ver nas empresas medidas ligadas à agenda ESG (sigla em inglês para práticas ambientais, sociais e de governança das empresas). Os dados são resultado da nova etapa da Impact!, iniciativa que lançamos em 2022, e que, desde então, tem ajudado empresas a evoluir em suas jornadas ESG, por meio de dados e recomendações obtidas por meio da plataforma.
Hoje, anunciamos a segunda fase da iniciativa, revelando que o número de brasileiros que conhecem a pauta ESG cresceu no último ano. Mais de uma em cada quatro pessoas (27%) no país já ouviu falar da sigla, o que representa crescimento de seis pontos percentuais em relação à mesma apuração feita em 2022, quando 21% dos entrevistados diziam estar familiarizados com o tema.
Além de mostrar um cenário atual da percepção dos consumidores, a pesquisa também embasa a nova etapa do programa Impact!, lançado pelo Google no ano passado, e que reúne dados e recomendações para ajudar empresas e marcas a evoluir em suas jornadas de maturidade ESG.
Ao longo do último ano, o nosso projeto explorou o mundo ESG corporativo no Brasil e vimos que muitas empresas possuem programas estruturados e com governança corporativa, porém, sem investimento adequado para construção de marca. O que observamos agora é que estamos vivendo um ponto de inflexão, porque a oferta de produtos e serviços voltados para o ESG ainda é desigual e inacessível para grande parte da população. As empresas e marcas ainda precisam se aproximar mais do consumidor, utilizando formatos de comunicação empáticos, claros e transparentes.
Ajudando as empresas a reduzirem sua pegada de carbono
Em 2020, definimos como meta administrar todas as nossas operações com energia livre de carbono em todos os lugares e a cada hora do dia até 2030. No mesmo ano, eliminamos todo o nosso legado de CO2 ao comprar compensações de alta qualidade, suficientes para compensar todas as nossas emissões operacionais de carbono anteriores a 2007, ano em que a empresa se tornou carbono neutra.
Para que tudo isso seja possível, os investimentos em energia limpa são determinantes. Só no ano passado, conforme informado no nosso Relatório Ambiental de 2023, destinamos mais de US$ 4 bilhões em aproximadamente 20 acordos assinados, o que vai nos permitir adicionar cerca de 2,8 GW de capacidade de energia limpa à nossa rede até 2026.
Queremos apoiar as empresas a fazerem o mesmo por meio da nossa nuvem. A nossa cloud region, ou região de nuvem, de São Paulo opera com pontuação CFE (Carbon-free Energy) de 89%, ou seja, os clientes do Google Cloud rodam suas cargas de trabalho na região de nuvem do Google de São Paulo com energia livre de carbono durante quase 90% das horas do dia, em média. A pontuação CFE, portanto, é uma das maneiras pelas quais os clientes do Google Cloud conseguem fazer a gestão sustentável de seus negócios escolhendo diferentes cloud regions dependendo do número de CFE para suas operações.
Nesta linha, temos trazido mais ferramentas para ajudar os times a tomar decisões com foco em reduzir o impacto ambiental das suas operações de TI. A exemplo do Pacote Carbon Sense, que permite o acesso, de forma mais simples e fácil, ao painel de pegada de carbono, assim as equipes conseguem desenvolver relatórios mesmo que não tenham familiaridade técnica com o assunto.
A nuvem do Google também tem apoiado organizações no desafio de serem mais sustentáveis e combater os impactos das mudanças climáticas. Recentemente, lançamos novas APIs dentro do Google Map Platform que tem como objetivo facilitar às empresas acesso a informações ambientais abrangentes e atualizadas. Por exemplo, a API Solar traz dados detalhados sobre telhados para ajudar a estimar o potencial de energia solar com base nos nossos recursos de mapeamento e computação. Essa ferramenta usa um modelo 3D de alta resolução que calcula a quantidade de luz solar que cada edifício pode receber durante o dia, disponibilizando informações para mais de 40 países, incluindo o Brasil.
Por meio dos nossos produtos e serviços, queremos continuar construindo ferramentas para oferecer informações úteis que permitam às pessoas tomar decisões sustentáveis. Porque a tecnologia — especialmente os avanços na IA — tem um grande potencial de promover o progresso em direção a um futuro sustentável.