Mulheres do Google Brasil: Conheça Luciana Maroun, engenheira de software e líder de produto para famílias
Com o intuito de celebrar algumas das mulheres que fazem a diferença no Google Brasil, demos início a uma série de entrevistas com profissionais que trabalham em diversas áreas da companhia, em que falam sobre carreira, representatividade no mercado de trabalho e paixões. Nesse post, você conhecerá mais sobre a Luciana Maroun, engenheira de software e líder de produto para famílias. Ela foi entrevistada pela Camila Matsubara, também engenheira de software do Google e uma das idealizadoras do Mind the Gap no Brasil, projeto iniciado em 2014 e trazido para o país em 2017, que visa quebrar os estereótipos das carreiras em tecnologia e inspirar meninas e mulheres a seguirem carreira nessas áreas.
Luciana Maroun é mestre e bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Minas Gerais e atualmente cursa MBA em Gestão de Pessoas. Atuando há 6 anos no Google - onde iniciou sua carreira - Luciana é hoje engenheira sênior e Tech Lead no Centro de Engenharia em Belo Horizonte, mas já passou pela sede em Mountain View, onde estagiou por três meses. Atualmente, ela trabalha e desenvolve produtos focados em famílias e crianças.
Entre os principais produtos desenvolvidos com a ajuda de Luciana, estão o Family Link, um aplicativo que permite pais e responsáveis supervisionarem crianças enquanto interagem com tecnologia, ao mesmo tempo em que traz transparência para as crianças sobre todos os mecanismos de supervisão ativos para elas. Outro produto é o Kids Space, um modo infantil para tablets Android criado para estimular a curiosidade e o desenvolvimento das crianças com conteúdos recomendados por professores e especialistas.
Uma das maiores motivações de Luciana tem sido tornar a vida das pessoas melhor e auxiliar crianças a desenvolverem hábitos saudáveis com tecnologia, enquanto aprendem, desenvolvem e se divertem. Além disso, a engenheira se inspira ao possibilitar que pais tenham um papel central e possam guiá-las nesse processo.
Quer conhecer mais sobre a Luciana? Confira a entrevista abaixo. Boa leitura!
Se você pudesse ter um superpoder, qual seria e como usaria esse poder?
Teletransporte, com certeza! Poder estar em qualquer lugar do mundo e próximo de qualquer pessoa em um piscar de olhos seria fantástico. De preferência, podendo levar alguém de carona.
Como você descreveria seu trabalho no Google para uma criança?
Existem vários problemas no mundo que poderíamos solucionar por meio de tecnologia. O meu trabalho começa em encontrar algum deles e entender qual é a melhor forma de resolvê-lo. Pesquiso diferentes opções, converso com outras pessoas do time e faço experimentos ou análises de dados para chegar a uma solução. Então, escrevo um documento explicando aquela opção que acredito ser a melhor, e a equipe contribui com suas ideias. Posteriormente, desenvolvemos o que foi proposto em uma linguagem que o computador entende. O desenvolvimento é quebrado em vários pedacinhos, e cada um é revisado por alguma outra pessoa do time, que ajuda a verificar que está tudo certo. Quando todos os pedacinhos estão prontos, uma equipe especializada testa se a solução está funcionando conforme esperado. Por fim, a melhoria é lançada para os usuários, que podem então se beneficiar dela.
Nos conte sobre um projeto do qual você se orgulha.
Eu me orgulho muito do Family Link. Por meio deste projeto, crianças passaram a possuir acesso à tecnologia no ecossistema do Google, com supervisão dos pais, para que desenvolvam hábitos digitais saudáveis. Sabemos que crianças se interessam por tecnologia e que existe uma infinidade de conteúdos e atividades valiosas disponíveis para elas nesse meio. Isso abriu o caminho para vários outros projetos interessantes para famílias e crianças, como o Kids Space.
Nossa carreira é feita de altos e baixos. Você pode contar um momento difícil e como fez para seguir em frente?
Quando trabalhei no projeto de Chromebooks para crianças eu tive a situação mais desafiadora da minha vida profissional. Houve um desentendimento com um membro de uma equipe parceira, que pediu para eu descontinuar o que estava fazendo. Foi muito difícil. Como havia dito, era um trabalho muito desafiador e que eu me dediquei bastante, por isso estava muito envolvida emocionalmente. Acabamos entrando em um acordo no meio termo e, no fundo, foi tudo uma falha de comunicação. O que me fez seguir em frente foi o apoio que recebi da minha equipe, dos meus mentores e o desejo de fazer sempre melhor. Eu aprendi também que posso desenvolver uma resiliência significativa, e episódios como estes são fundamentais para nos tornarmos mais fortes.
O que as pessoas ficariam surpresas ao aprenderem sobre você?
Eu tenho interesses variados, que algumas pessoas tendem a ver como incompatíveis. Por exemplo, eu sou mãe e gosto de jogar videogame; sou introvertida e gosto de cantar e dançar; dentre vários outros interesses, como cozinhar, viajar, jogar totó e, de vez em quando, me maquiar.
Ainda precisamos abrir muitas portas para as próximas gerações de mulheres. Você já foi a primeira de muitas, seja no trabalho ou em outro projeto de vida?
Eu já fui a primeira de muitas algumas vezes, sim. Eu fui a primeira da minha família a sair de casa para morar sozinha em outra cidade. Por outro lado, não fui a primeira em muitas coisas também e tive o privilégio de conviver com outras mulheres em minha trajetória que foram pioneiras antes de mim. Atualmente, eu sou a primeira gerente mulher na equipe de desenvolvimento de produtos para famílias e crianças no Brasil. Espero que, em breve, tenhamos muitas mais.
Se tivesse a oportunidade, que conselho você daria a si mesma no início de sua carreira?
Não subestime a importância de soft skills. Por muito tempo, acreditei que, quanto mais forte tecnicamente, maior a chance de emprego e crescimento de carreira. Porém, hoje eu vejo como não conseguimos fazer quase nada sozinhos, precisamos das outras pessoas. Para isso, é necessário aprender a melhor forma para trabalharmos juntos, como por exemplo, no âmbito da comunicação, da liderança, do trabalho em equipe e da inteligência emocional.
Diga o nome de uma mulher que merece uma busca no Google para conhecermos mais sobre ela.
Tem que ser só uma mesmo? Primeiro, não deixem de pesquisar mais sobre a Camila Matsubara, essa engenheira e gerente extraordinária que me entrevista agora, líder do Mind the Gap Brasil. Ada Lovelace e Grace Hopper são nomes históricos memoráveis na área de computação, valem muito a pesquisa. Monique Vaz Vieira, nossa primeira gerente do escritório de BH, engenheira e pessoa incrível. Julianne Cerasoli, jornalista de F1 que traz um conteúdo super interessante sobre vários aspectos da F1, incluindo estratégia, mecânica, aerodinâmica e propriedade das pistas. Brené Brown, pesquisadora e escritora de livros enriquecedores sobre imperfeição e vulnerabilidade. Desculpe por não conseguir citar somente uma.