Como a nuvem está ajudando a monitorar e preservar a Amazônia
O Google sempre se preocupou com sustentabilidade e a preservação do planeta e temos orgulho de nossa trajetória. Em 2007, nos tornamos a primeira grande empresa carbono neutra. Dez anos depois, nosso consumo de energia passou a ser 100% renovável e, em 2020, eliminamos o legado de CO2 acumulado até 2007. Avançamos bastante, mas ainda temos muitos planos de como gerar impacto positivo em relação à sustentabilidade: pretendemos nos tornar, até 2030, a primeira empresa com todos os seus negócios livres de carbono em todo o mundo.
Mas não esperamos que esse impacto positivo fique restrito a nós e temos levado os benefícios de uma nuvem limpa para nossos clientes e parceiros. Durante o evento Sustentabilidade com o Google - Amazônia, que realizamos nesta semana em Belém do Pará, reunimos empresários, legisladores, pesquisadores, organizações sem fins lucrativos e comunidades locais para debater como podemos usar tecnologias de nuvem e a inteligência artificial para ajudar a preservar a Floresta Amazônica. E tivemos a oportunidade de apresentar alguns projetos que o Google Cloud, nossa divisão de computação em nuvem, está diretamente envolvido.
Patricia Florissi, de Google Cloud
Nuvem para ajudar a combater o desmatamento
Desde 2015, o MapBiomas, rede colaborativa que produz mapas anuais da cobertura e uso da terra, desmatamento, vegetação secundária, cicatriz de queimada, superfície da água, e mineração no Brasil, usa nossa infraestrutura e soluções para fazer análises de dados coletados desde 1985. Isso permitiu que o MapBiomas se tornasse um dos maiores casos de uso globais de nossa plataforma de análise geoespacial, o Earth Engine. O MapBiomas também utiliza o Looker, nossa plataforma de business intelligence, análise incorporada e aplicativo de dados, para capturar e analisar toda a informação que os órgãos federais e estaduais de meio ambiente geram relacionadas a desmatamento no país.
Dashboard MapBiomas Alerta
Essas tecnologias ajudaram o MapBiomas a alcançar alguns resultados impressionantes. O Map Biomas Alerta, por exemplo, validou e refinou mais de 280 mil alertas de desmatamento, gerando relatórios para cada área desmatada com cruzamentos territoriais. Desse total, pouco mais de 190 mil alertas são referentes ao bioma Amazônia, representando mais de 3 milhões de hectares de desmatamento validados. Por meio do Mapa das Pistas, que utiliza o Earth Engine, a organização já identificou mais de 2,8 mil pistas de pouso apenas no estado do Amazonas, sendo 75 em terras Ianomâmis.
A exemplo do MapBiomas, o Imazon - Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia - utiliza o Earth Engine há mais de uma década e, ao longo desses anos, a nossa plataforma tem sido fundamental para transformar o trabalho de pesquisa do instituto, democratizando o acesso às informações de imagens via satélite, além de acelerar o monitoramento da preservação da floresta amazônica e ampliar essa atividade para outros municípios e regiões do Brasil. Ao contribuir com maior transparência e acesso às informações sobre o que acontece com a Amazônia para o mundo todo, o Earth Engine ajuda a manter vivo o debate sobre a preservação da floresta nos últimos anos, atuando como uma verdadeira ferramenta de checagem de fatos.
Tasso Azevedo, coordenador-geral do MapBiomas no palco do evento Sustentabilidade com o Google - Amazônia
Agora, o Imazon trabalha para incorporar inteligência artificial, o que vai melhorar a precisão e a velocidade de suas análises. Diante dessa longa experiência do Imazon na fiscalização do desmatamento da Amazônia, o IMPA - Instituto de Matemática Pura e Aplicada - se juntou ao Imazon no ano passado para colaborar com este monitoramento. Juntos, eles vão desenvolver algoritmos de inteligência artificial para automatizar o processo de análise dos alertas de desmatamento. Como parte desse trabalho em conjunto, também passaremos a oferecer, gratuitamente, créditos para que o IMPA rode os algoritmos de IA em nossa nuvem.
Inteligência artificial para identificar plantas
Outro projeto que apoiamos é o CRIA, Centro de Referência em Informação Ambiental. Em 2022, os pesquisadores iniciaram um processo para manter o seu banco de dados de pesquisa on-line migrando para a nuvem do Google Cloud e, assim, garantir o acesso a qualquer pesquisador em todo o mundo. Agora, em uma nova fase do projeto, estamos estudando o uso de computação visual, baseada em modelos de inteligência artificial, para pré-classificar imagens de espécimes em herbários, cujo processo será validado por uma rede de taxonomistas, do país e do exterior, participantes do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Herbário Virtual da Flora e dos Fungos (INCT-HVFF).
A partir dos modelos de IA, o CRIA espera identificar milhões de imagens de forma a otimizar o trabalho dos pesquisadores e aumentar, consideravelmente, a qualidade dos dados disponíveis, permitindo o mapeamento da biodiversidade em áreas desmatadas; a sugestão de espécies adequadas para o reflorestamento; o mapeamento dos padrões de evolução da biodiversidade; entre outras análises.
Além de oferecermos a infraestrutura capaz de suportar o armazenamento e processamento de todo esse volume de dados, membros de nossa equipe de engenharia vão oferecer consultorias à equipe de TI do CRIA, colaborando no processo de definição e construção deste modelo de inteligência artificial.
Inteligência de dados para cuidar da fauna
Imagem capturada pelas armadilhas fotográficas do Onçafari. Crédito: Eduardo Fragoso
Todos os meses, a Associação Onçafari coleta e analisa mais de mil horas de vídeos de animais em dez bases onde realiza atividades de conservação, três delas localizadas na Amazônia Legal. Eles utilizam armadilhas fotográficas, ou seja, câmeras com sensores de movimento instaladas no campo que ajudam a entender a dinâmica populacional nas regiões monitoradas, identificar espécies raras e/ou ameaçadas e detectar potenciais conflitos entre humanos e a natureza selvagem.
Para alcançar um novo nível de inteligência em sua rede para monitoramento da fauna, a Onçafari está contando com a nossa infraestrutura de nuvem e utilizando os nossos serviços de ponta de inteligência artificial e machine learning. Por exemplo, eles estão utilizando a solução Vertex AI para automatizar a identificação das espécies detectadas, e o AppSheet, nossa plataforma de desenvolvimento sem código, para realizar a instalação, manutenção e gestão das armadilhas fotográficas. A evolução digital deste processo tem o objetivo de reduzir o esforço dos biólogos do Onçafari na triagem manual dos vídeos, aumentar o aproveitamento dos esforços de coleta de imagens e ampliar o impacto do monitoramento da fauna.
Temos orgulho de trabalhar em uma empresa comprometida com a preservação do meio ambiente, em especial da Amazônia. Mas temos consciência de que o impacto de nossas ações pode ser ainda maior quando trabalhamos ao lado de parceiros importantes que entendem a realidade e os desafios de atuar na região da Amazônia. Alinhados à nossa missão de organizar todas as informações do mundo e torná-las acessíveis e úteis, esperamos que esses projetos ajudem a ampliar o conhecimento global sobre a Amazônia e a necessidade de continuar a dedicar cada vez mais esforços e investimentos para protegê-la.