Como o amor pela computação levou Carina Oliveira ao Google
Carina Oliveira formou-se em Sistemas de Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e hoje, aos 27 anos, tem o maior orgulho de provar que lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive na engenharia do Google. Na adolescência, era apaixonada por esporte e animais, mas descobriu ainda no ensino médio, durante um curso técnico de informática, que a tecnologia trazia um universo de possibilidades. Foi quando decidiu trilhar esse caminho e tornou-se a primeira da sua família a fazer ensino superior. Há quatro anos no Google, Carina iniciou sua jornada como estagiária na empresa e hoje faz parte do time de tecnologias contra abuso no nosso Centro de Engenharia em Belo Horizonte e ajuda a criar ferramentas que protegem as pessoas dos mais variados tipos de ameaças que circulam na internet.
Você sempre quis ser engenheira?
Ao longo de um curso de informática que fiz durante o ensino médio, foi crescendo essa vontade de ser engenheira, de liderar e ser referência em projetos. Apesar de nunca ter tido referência dentro de casa para atuar nessa área, quando eu me deparei com os programas ainda que básicos e a possibilidade de criar e facilitar a vida das pessoas a partir da tecnologia, isso com certeza me impulsionou e ainda me impulsiona a querer aprender sempre mais.
Como você descreve seu trabalho no Google?
Faço parte de um time cujo trabalho é focado em reduzir conteúdos abusivos em produtos do Google. Para isso precisamos elaborar uma infraestrutura para trabalhar com ferramentas que auxiliam outros profissionais da engenharia do Google a classificar e combater os conteúdos abusivos na internet.
Conta um pouco como foi a experiência no processo seletivo
Tudo começou durante um programa de iniciação científica na minha graduação. Alguns amigos que na época eram alunos de mestrado e doutorado no mesmo laboratório onde eu estudava compartilharam que o Google havia aberto um processo seletivo para estágio. Na faculdade, rezava a lenda de que as pessoas que aplicavam para as vagas do Google, mesmo as que não eram selecionadas, poderiam ser convidadas para interagir com um grupo pequeno de pessoas da engenharia e eu fiquei com aquilo na minha cabeça. Eu pensei: ainda que não seja chamada para fazer a entrevista, pelo menos serei convidada para conhecer algumas pessoas de lá. Na verdade, eu não tinha expectativas de que poderia conseguir uma vaga com tanta gente boa concorrendo. Fui selecionada como estagiária, trabalhei por seis meses e, depois de um processo de conversão, retornei como engenheira de software. Aquilo que eu não acreditava na época completa hoje 4 anos de história.
No seu dia-a-dia, qual é a sua maior inspiração?
Conseguir atuar em algo que seja útil para as pessoas é a minha maior inspiração diária. Outra motivação é ajudar que os conteúdos disponíveis na internet sejam cada vez mais acessíveis e seguros para as pessoas. Tenho o sonho de me tornar uma referência em um produto reconhecido pelos usuários. Por isso, quero desenvolver minhas habilidades cada vez mais.
Você acha que há avanços na representação feminina na tecnologia?
Se comparado ao passado, avançamos muito, mas ainda há muito o que se conquistar. No Google, assumimos como uma política entre nós, mulheres, a colaboração mútua. Sempre buscamos incentivar e apoiar as ideias, as ações e o trabalho que partem de outra engenheira. A ideia é que dentro do time uma sirva de suporte para outra. Fora da empresa, eu entendo que deva existir um trabalho junto às escolas para desconstruir o estereótipo de que computação é só para homens. Temos que incentivar e mostrar que é possível estar onde se quer estar. Quero mostrar que é possível ter alunas de escolas públicas sendo bem-sucedidas na tecnologia, porque aconteceu comigo.