Enfrentando a desigualdade de gênero no mercado de trabalho
Reduzir as disparidades de gênero que ainda persistem no mercado de trabalho e impedem mulheres de avançar é urgente: um relatório do Fórum Econômico Mundial publicado em 2019 mostra que, se continuarmos na neste ritmo no que se refere à participação das mulheres no mercado de trabalho, a igualdade de gênero só se dará no ano 2276, ou seja, daqui 253 anos. Para acelerar esse processo, temos oferecido apoio a organizações especializadas e dedicadas a iniciativas que promovam a prosperidade das mulheres nos negócios, em suas carreiras e no aumento de sua empregabilidade. No Brasil, esse esforço já nos permitiu contribuir com a capacitação de centenas de milhares de mulheres.
E, hoje, estamos dando mais um passo para ampliar esse impacto positivo: em um evento em Brasília, anunciamos que o Google.org, instituição filantrópica do Google, está doando R$ 5 milhões para o Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME). O recurso vai viabilizar uma nova edição especial do programa Ela Pode e permitirá que 100 mil brasileiras sejam capacitadas para avançar em suas carreiras ou alavancar suas empresas. A iniciativa tem como objetivo treinar mulheres nas áreas de liderança e comunicação, negociação e vendas, finanças pessoais e empresariais, marca pessoal, networking, gerenciamento de tempo, autoconscientização, inovação e digitalização – técnicas que são essenciais para quem deseja começar ou gerir o próprio negócio.
O dinheiro também servirá para financiar cursos de alfabetização digital, habilidades financeiras, marketing digital e gestão de custos com foco no aumento de vendas e lucros para quase mil mulheres. Além disso, outras 800 terão acesso a cerca de R$ 2.500, cada uma, para investimento no próprio negócio.
O novo aporte financeiro se soma aos R$ 10 milhões doados ao IRME em 2022. O valor foi anunciado durante o Google for Brasil, para o Ela Pode. O Cresça pretende chegar a pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social e também ampliar a atenção às regiões Norte e Nordeste. A proposta da iniciativa ainda exige que 50% do público participante seja formado por mulheres negras.
O Ela Pode já conta com multiplicadoras que já palestraram em mais de mil municípios brasileiros e, no total, o programa já treinou cerca de 250 mil mulheres. Segundo pesquisa do IRME, em 2021, após a formação no Ela Pode, 70% das mulheres capacitadas disseram se sentir mais confiantes para se exercitar atividade econômica, 50% abriram um negócio, 70% apresentaram aumento de renda.
Mais confiança
“Eu estava em transição de carreira desde 2014. Sou formada em Ciências da Computação, já tinha pós-graduação, trabalhava no mercado há muitos anos e estava fazendo um trabalho temporário como militar. Já estava insatisfeita com o ambiente de trabalho, o tipo de trabalho que eu estava exercendo, então eu senti a necessidade de mudança. Em 2020, eu conheci o programa Todas Elas dentro da Secretaria da Mulher e, lá dentro, ouvi falar do Ela Pode. Então, o programa entrou (na minha vida) mais ou menos nesse período de transição”, conta Carla Santos, 49 anos, artesã de bonecos em feltro. A Carla é dona da loja Mimos Juracy e conheceu o Ela Pode na pandemia, com o objetivo de entender o que era capital semente. Também participou do programa Potência Feminina, em 2021, e isso conseguiu mudar sua história. Após as aulas, Carla conseguiu regularizar seu Microempreendedor individual (MEI) e arrumar um espaço de ateliê.
“Eu queria melhorar o meu equipamento de trabalho, saber a produção do tempo, saber me classificar como uma mulher dentro do mercado de trabalho, uma mãe. Tudo isso eu queria trabalhar dentro da minha mente e foi justamente o que o programa (Ela Pode) me ofereceu. Em 2021, eu fui classificada dentro do projeto Capital Semente e ganhei o prêmio de Empreendedora de Sucesso.” Mais do que melhorar sua renda, Carla diz que o Ela Pode a ajudou a entender seu valor como mulher, mãe e empreendedora, além de a conectar com outras mulheres.
A empreendedora também compartilhou os conhecimentos e ministrou oficinas para pessoas de todos os gêneros durante a pandemia, organizou feiras para vendas dos produtos e abriu um instituto com foco em artesanato. Agora, Carla palestra sobre o que aprendeu nos programas e que leva os conhecimentos do Ela Pode para seu instituto.
Carla Santos
Já a fotógrafa autônoma Fernanda Rios, de 43 anos, de Brasília, diz que o Ela Pode foi muito importante para diversificar sua fonte de renda e empreender de outras maneiras. “Durante a pandemia, fiquei praticamente com renda zero, porque meu carro chefe era fotografar eventos e festas de aniversários. Eu já estudava alguns cursos online de empreendedorismo e nessas procuras eu encontrei o IRME e comecei a fazer uns cursos para aprender mais sobre o digital”, conta. Após os treinamentos, Fernanda abriu uma página on-line para falar sobre seu bairro e passou a gerar renda a partir de postagens sobre os comerciantes da região.
Fernanda conta que um dos ensinamentos do Ela Pode foi a colaboração entre mulheres. Além disso, a fotógrafa afirma que as capacitações do Ela Pode a ajudaram a organizar as finanças e crescer mais ainda. “Hoje eu sou chefe da minha família, posso manter minha filha e mãe sem dificuldades e ajudo as mulheres da minha comunidade”, diz Fernanda. “A renda que eu consigo com minha página me ajudou a melhorar minha casa e a comprar meu primeiro notebook.”
Fernanda Rios
Bolsas de Certificação Profissional
Hoje, também anunciamos a doação de 12 mil bolsas de Certificações Profissionais do Google, oferecidas pela plataforma Coursera, dentro do Cresça com o Google para Mulheres, para que elas tenham outras oportunidades de desenvolvimento profissional e reorientação da própria carreira, melhorando o currículo e adquirindo as habilidades mais exigidas pelas principais vagas em aberto no mercado. O foco do programa continua sendo apoiar mulheres negras e que vivem nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.
As bolsas serão distribuídas por 24 Organizações da Sociedade Civil (OSCs) mapeadas pela IRME, sendo 500 bolsas para cada uma delas. Confira abaixo o nome das organizações selecionadas:
- Rede Mulher Empreendedora
- Grupo Anjos da Tia Stellinha
- ARC Ações Solidárias - Entidade sem fins lucrativos
- Cores do Amanhã
- Cruzando Histórias
- Associação Banho de Gato
- Instituto Edson Royer
- Centro Educacional Profissional do Coroadinho (CEPC)
- Sociedade de Educação e Saúde a Familia (SESFA)
- Instituto Mandaver
- Instituto Themis Furigo
- Instituto de Referência da Juventude
- Associação das Donas de Casa do Estado do Amazonas (ADCEA)
- Ação Encontro (ABEFI)
- Associação Vivo Feliz (ACCI)
- Rede Divina Providência de Ação Social e Cidadania (Redipasc)
- Associação Beneficente dos Moradores do Caboto
- Centro Comunitário de Vila Nova
- Associação Comunitária Itaqui - Bacanga
- Associação Missionária Resgatando Vidas - Última Colheita (CUFA)
- AMIT - Associação das Mulheres Indígenas Ticuna
- Mulheres Guerreiras de Camaragibe
- Associação de Juventudes, Cultura e Cidadania - AJURCC
Atualmente, estão disponíveis, em português, as Certificações em Suporte de TI, Análise de Dados, Gerenciamento de Projetos e UX Design, por meio da plataforma Coursera. Os cursos foram construídos para atender objetivamente à urgência de quem procura por emprego em áreas de alta demanda no mercado de tecnologia.
Todas as atividades são 100% on-line, com cronograma flexível e duração a depender da disponibilidade da aluna. Vale destacar que, no Brasil, 9 em cada 10 pessoas que obtêm esse tipo de certificado têm algum tipo de avanço profissional - ou seja, um aumento, uma promoção ou uma mudança de carreira -, em até 6 meses após a obtenção da certificação.
Cresça com o Google para Mulheres
Além do Ela Pode e dos Certificados Profissionais, o Google também tem um conjunto de esforços em prol do desenvolvimento profissional, do empoderamento financeiro e do suporte aos negócios liderados por mulheres, por meio do Cresça com o Google para Mulheres.
As edições do Cresça com o Google para Mulheres, iniciativa globalmente conhecida como Women Will, já impactaram mais de 200 mil mulheres no mundo, promovendo troca de experiência, inspiração e treinamento para que todas possam criar suas próprias oportunidades econômicas por meio da valorização da autoconfiança e do desenvolvimento de novas habilidades digitais e socioemocionais.
Nos últimos anos, o Cresça com o Google para Mulheres realizou edições voltadas a mulheres que querem empreender, que buscam desenvolver suas carreiras, bem como sobre mulheres na tecnologia, mulheres pretas, e mulheres que querem retornar ao mercado de trabalho. Todo conteúdo segue disponível na plataforma de treinamentos do Cresça com o Google: g.co/TreinamentosCresca.