Como a líder de engenharia Marilene Luna quer influenciar jovens mulheres para a carreira de tecnologia
Além de ajudar a desenvolver soluções para a Busca do Google, a engenheira de software Marilene Luna quer estender seus conhecimentos para influenciar jovens mulheres a seguirem uma carreira em tecnologia. Como uma das líderes da versão paulistana do programa Mind the Gap, realizado em setembro deste ano, Marilene compartilhou com as jovens um pouco sobre seu dia a dia no Google e o trabalho que desenvolve para tornar a experiência de pesquisa ainda mais útil e segura.
Engenheira de software no Google desde 2022, Marilene é líder de um time brasileiro que desenvolve tecnologias para a Busca, impactando bilhões de pessoas no mundo. Atualmente, seu principal foco está em melhorar a experiência dos usuários que usam a Busca do Google para fazer escolhas. Por exemplo, caso uma pessoa queira escolher um evento cultural ou esportivo e pesquisar no Google pelo evento, a Busca vai trazer informações relevantes sobre a pesquisa e informações úteis sobre as características do evento, como data, local, valor, como comprar e etc.
Formada em Ciência da Computação e mãe de dois filhos – sendo um deles também Engenheiro de Software – Marilene precisou trabalhar desde cedo para custear os próprios estudos. No Google, ela já liderou times que desenvolvem tecnologias antifraude e abuso, em escala global, trabalhando para construir métodos de verificação baseados em reconhecimento de imagem e modelos de ML, proporcionando aos usuários a validação de sua identidade por meio de um vídeo-selfie. Leia abaixo a entrevista com Marilene Luna.
Como o trabalho com tecnologia entrou em sua vida?
Conheci a área de Processamento de Dados em minha primeira graduação, que foi em Publicidade e Propaganda, e meus colegas comentavam que era uma área muito promissora. Venho de uma família de origem humilde, precisava trabalhar justamente para custear os meus estudos. Cheguei a participar de um processo seletivo para uma vaga de Publicidade, não deu certo e aí eu pensei: vou encarar esse desafio e investir em Processamento de Dados. Desde então, uma história de amor começou e aconteceu exatamente o que eu almejei: utilizar o meu curso técnico como fonte para que eu pudesse financiar minha graduação e seguir na área.
Como você acredita que o Mind the Gap impacta a jornada das mulheres na escolha de uma carreira em tecnologia?
Acredito que o Mind the Gap é sobre desafio e coragem. As áreas de tecnologia - e exatas - são temidas por serem desafiadoras. Diante disso, a sociedade pode vir a tentar nos proteger de algo que parece ser tão difícil, mas o programa é uma oportunidade de mostrar que todas nós somos capazes de trabalhar com tecnologia e construir uma carreira sólida nesta área, além de mostrar o quanto essas meninas podem encontrar portas abertas no mercado e serem bem sucedidas na área.
Como você descreve sua carreira enquanto líder em engenharia?
Tive quatro grandes ciclos profissionais, o Google está sendo o quarto e o mais apaixonante deles. Hoje eu trabalho no escritório de Engenharia em São Paulo e estamos com vagas abertas para áreas estratégicas da empresa, como privacidade e segurança e Busca - muitas delas envolvem soluções de IA, basta acessar goo.gle/vagasBR e conferir. Estou bastante empolgada com essa expansão da engenharia no país, pois, em breve, iniciaremos um novo capítulo dessa história com o novo Centro de Engenharia do Google no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Ele ficará pronto em 2026 e estou ansiosa para conhecer os novos talentos que chegarão para compor o time da nova casa - que é o segundo Centro de Engenharia do Google na América Latina (o outro fica em Belo Horizonte).
O que você aprendeu desde que chegou ao Google?
O que mais me impressiona é a importância da diversidade. A área de tecnologia é extremamente desafiadora para a diversidade e o que eu percebo é que este trabalho é muito bem feito no Google. E não estou falando apenas de mulheres, estou falando de pessoas pretas, pessoas com deficiência, pessoas LGBTQIAP+, estou falando de todos os grupos que resultam em um ambiente muito mais diverso. Percebo que estar próximo de pessoas e buscar o desenvolvimento delas faz parte da nossa realidade e isso nos dá brilho nos olhos. Vejo que aqui construímos produtos para todos e portanto, precisa ser feito por todas as pessoas. É assim que a magia do Google acontece.
O que você destacaria do seu dia a dia como engenheira líder no Google?
Hoje, a Inteligência Artificial é o principal foco do Google e a empresa é o que há de melhor em tecnologia no mundo. Todos os funcionários têm acesso e participação no desenvolvimento da nossa IA. Aqui, temos um ambiente de alta colaboração, pessoas muito talentosas e dispostas a irem além do que parece possível, do que é visível aos nossos olhos. Além disso, tudo o que fazemos tem impacto global e isso me motiva muito.
O que te inspira a acreditar e a se apaixonar pela sua profissão?
Profissionalmente, duas coisas me motivam: os desafios e a oportunidade de trabalhar com pessoas. O desafio de solucionar problemas me inspira a buscar soluções inovadoras e eu acredito no poder da colaboração para construir soluções mais eficazes e abrangentes do que uma pessoa trabalhando sozinha. Já na vida pessoal, meus filhos são minhas maiores motivações. Ser mãe me deu forças para realizar os meus sonhos. Fui mãe do meu primogênito na adolescência e hoje, ele também é Engenheiro de Software. Mais tarde engravidei do meu segundo filho e como mãe, me sinto inspirada por trabalhar com tecnologias que impactam positivamente a vida de milhares de pessoas e que vai impactar a geração dos meus filhos. Apoiamos a todos com informações relevantes e úteis e isso me dá mais motivação para fazer o meu melhor, todos os dias.