Prep Tech Afro: Ajudando a ampliar a equidade racial na área de engenharia no Brasil
“Deparar com pessoas com contextos semelhantes ao meu, pessoas que te entendem e estão ali para te apoiarem foi surreal, nunca tinha passado por isso e achei excepcional”, conta Jackson Smith, que foi aluno da primeira edição do Prep Tech Afro Google, em 2022.
Natural de Belo Horizonte, Jackson foi um dos 17 escolhidos para passar quatro meses no programa de treinamento, que é focado em preparar pessoas que se autodeclaram pretas ou pardas para ingressar na área de engenharia de software. Ele aprendeu a programar de forma profissional durante o período e hoje atua como líder técnico na área.
“A experiência do Prep Tech Afro foi disruptiva para mim. Com certeza, hoje me sinto habilitado para concluir o meu mestrado que até então seguia trancado. Agora estou em pé de igualdade com uma turma de ciências da computação que conhece bastante do conteúdo”, conta o participante, que também é formado em Engenharia Elétrica e foi o primeiro da família a concluir o ensino superior.
O engenheiro Jackson Smith foi participante da primeira turma do Prep Tech Afro
Aprofundando os conhecimentos em Ciência da Computação
Emanuelle Nunes diz que se tornou uma melhor programadora depois do curso
Também na primeira turma do programa estava a engenheira de controle de automação Emanuelle Nunes, que apostou todas as fichas para viver essa experiência. “Primeiro, esse era um processo voltado para pessoas pretas e, na minha cabeça, só existia uma motivação: eu quero demais essa oportunidade.”
Emanuelle trabalha como engenheira de software e é entusiasta do quanto o conhecimento tem o poder de motivar as pessoas. “Eu tenho certeza de que me tornei uma programadora melhor”, diz ela.
“Eu acho que o sucesso desse projeto é motivador para que ações se desenvolvam. Empresas como o Google criam tendências e servem como combustível para que outras iniciativas tomem corpo.”
Por um caminho de possibilidades no mercado
Lucas Trindade, morador de Salvador (BA), revela o impacto profissional que a formação no programa já ocasionou: “Entrei com uma capacidade para escrever códigos e saí com outra”.
Formado em Sistemas de Informação, segundo ele, uma das conquistas foi mudar de emprego. “Com influência direta do curso, conquistei uma oportunidade em outra empresa porque aprimorei o meu conhecimento.”
Para Trindade, as oportunidades são provas de que a iniciativa do Prep Tech Afro pode ajudar a promover a inclusão de pessoas pretas e pardas vindas de diferentes experiências e universidades. “A elitização do processo educativo interfere diretamente na desigualdade de uma população majoritariamente negra. Oferecer e tornar concreto um caminho de possibilidades significa tornar a inclusão realidade”.
Lucas Trindade aperfeiçoou o conhecimento em programação
Desempenhando um papel ativo na construção do próprio aprendizado
Para participar do programa é necessário ter bacharelado em Ciência da Computação ou áreas correlatas, mais de três anos de experiência em engenharia de software e inglês intermediário. “Baseado em metodologias ativas, o curso sempre foi pensado com o aluno no centro do processo”, diz o doutor em Informática e professor do programa, Carlos Salles.
Salles ainda explica que a intenção é exatamente preparar os alunos para a diversidade que o mercado oferece e exige. “E vale ressaltar que, além de praticar processos de seleção, cada aluno tinha um mentor dentro do Google, o que tornou possível fazer um acompanhamento individual nesse processo.”
João Pedro Baldan, que esteve à frente como gerente de Projetos da Ada, durante a primeira turma do Prep Tech Afro, reforça o quanto a diversidade traz soluções inovadoras. “Tanto que hoje é um dos projetos com maior satisfação dentro da empresa e isso é reflexo de como, ao lado do Google, conseguimos conduzir o programa”.
Nosso compromisso com a inclusão
No Google, temos o compromisso global de nos tornarmos uma empresa cada vez mais inclusiva em todas as áreas, incluindo a engenharia. Recentemente, lançamos o Next Step Tech, nosso programa de estágio para estudantes negros, abrimos canais de candidatura direcionados para a comunidade negra em diversas áreas, identificadas com o complemento “Black Community Inclusion” (Inclusão da Comunidade Negra, na tradução livre) e, em 2022, apostamos no Prep Tech Afro Google.
A líder de Recrutamento da Engenharia de Software do Google e criadora do Prep Tech Afro, Kelly Maia, conta que o programa se destaca por ser um projeto de longo prazo para trazer mais pessoas negras para a engenharia no Brasil.
“A iniciativa surgiu por meio da escuta de pessoas que passaram no processo do Google, somada aos anos de esforços durante toda a minha carreira como recrutadora em tecnologia. Sabemos que ainda temos muito para aprender e para experimentar, mas esse projeto já foi um aprendizado imenso. Mal posso esperar para as próximas turmas”.
Inscrições abertas para a segunda turma
Em parceria com a plataforma de ensino Ada, o programa Prep Tech Afro oferece formação preparatória gratuita em Estrutura de Dados e Algoritmos exclusivamente para pessoas autodeclaradas pretas ou pardas. As inscrições para a segunda turma estão abertas até 16 de junho. Ao todo, serão disponibilizadas 20 vagas e cada estudante receberá um incentivo financeiro de R$ 2 000.
Para se inscrever é necessário ter inglês intermediário, 5 anos de experiência profissional em tecnologia ou 3 anos de experiência caso tenha formação acadêmica em cursos de Ciência da Computação, Engenharia de Software ou outras disciplinas de ciências exatas, como Física, Matemática e Sistemas de Informação. Conheça mais sobre o programa aqui.