O que as startups pensam sobre IA Generativa
O Brasil possui um contexto favorável para se tornar protagonista no uso da inteligência artificial generativa (GenAI). Segundo o Relatório Digital Global de 2024, os brasileiros ocupam o segundo lugar em tempo conectado (média de nove horas por dia), e o país é um dos polos de startups mais atraentes para investimento na América Latina, com US$17.6 bilhões em aportes entre 2019 e 2023 (47% do total de capital de risco da região, segundo LAVCA Trends in Tech, 2024).
Mas será que estamos aproveitando todo esse potencial? Para responder a essa pergunta, o Google for Startups encomendou à Box1824 um estudo inédito que traz um panorama do atual estágio das startups brasileiras no desenvolvimento e uso da GenAI. Intitulado "Startups & Inteligência Artificial Generativa: Destravando o seu potencial no Brasil", o estudo é uma atualização de um relatório de 2022, agora com foco específico na GenAI, elencando oportunidades e desafios para o ecossistema.
A pesquisa, baseada em entrevistas com fundadores de startups, especialistas em GenAI e gestores de venture capital, além de questionários com 63 tomadores de decisão de startups brasileiras focadas em IA, revela que a maioria (63%) ainda não possui estratégias de curto e longo prazo para desenvolver o uso da GenAI. Além disso, as startups demandam mais investimentos, desenvolvimento da força de trabalho e definições regulatórias para avançar na adoção da tecnologia.
Confira abaixo os destaques do relatório.
Estratégia e Adoção da GenAI
A pesquisa revela que as startups brasileiras enfrentam desafios para integrar a GenAI em seus processos de forma inovadora. Uma das principais dificuldades é a falta de visão sobre novas aplicações da tecnologia. Atualmente, os usos mais comuns se concentram em resumir informações (62%), criar listas de fontes de dados (57%) e recomendar atividades (54%).
Essa pouca diversidade de aplicações é acompanhada pela incerteza sobre métricas que justifiquem o investimento na GenAI. 22% das startups entrevistadas não conseguem mensurar os resultados do uso da tecnologia.
Outro ponto de atenção é a concentração do uso da GenAI nos níveis hierárquicos mais altos (73% entre fundadores, presidentes e CEOs), o que sugere uma adoção "de cima para baixo" e pode limitar a disseminação da tecnologia em toda a empresa.
Investimentos e Desafios de Capital
As startups brasileiras enfrentam grandes desafios na obtenção de capital para inovação disruptiva em IA. De acordo com a nossa pesquisa, 38% das startups brasileiras de IA nunca passaram por uma rodada de investimentos, enquanto 29% estão na fase pré-seed, que é o primeiro estágio de captação de recursos para validar a ideia e desenvolver um produto inicial. Para facilitar a adoção da GenAI, muitas delas esperam investimentos externos, sendo o público (46%) o mais apontado; seguidos pelos investimentos privados (VCs, aceleradoras e fundos de investimento), com 38%. Mais de um terço (35%) delas esperam maior facilidade para o acesso a capital em novas rodadas de investimento.
Educação e Capacitação
A pesquisa revela que a falta de acesso à educação tecnológica e a escassez de habilidades específicas em GenAI são desafios cruciais para o desenvolvimento do setor. Cerca de 59% das startups consideram a educação e a conscientização sobre GenAI essenciais, enquanto 43% destacam a necessidade de aprimorar as habilidades dos desenvolvedores. Além disso, a melhoria do ensino básico (37%) e superior (38%) é vista como fundamental. Para superar esses obstáculos, o estudo defende a requalificação de profissionais em todos os setores e o fortalecimento do ecossistema de IA no Brasil, com a participação de diversos atores.
Para ler a íntegra do relatório, acesse o link: goo.gle/startups-genai